Em comemoração à Semana Nacional das Pequenas Empresas, reunimos uma série de conselhos honestos e úteis de empreendedores de sucesso.
Veja se soa familiar: você teve uma ideia de startup que você sabe ter muito potencial. Então, você começa a pensar na construção sua empresa e se dá conta de que vai custar muito mais do que imaginava. Sem falar nas preocupações sobre como pagar o aluguel, alimentação… enfim, sobre como sobreviver. Tudo isso se resume a uma pergunta: como você vai conseguir financiar sua empresa?
Muitas vezes, fazer um empréstimo é uma solução confiável, mas não é a única. Destacamos três opções comuns de financiamento para transformar sua ideia dos sonhos em realidade, além de dicas importantes de fundadores que tiveram sucesso em suas iniciativas.
A estratégia do dinheiro: bootstrapping
Fazer bootstrapping significa não recorrer a capital externo para desenvolver seus negócios, mas usar suas próprias economias ou vendas para financiar o crescimento da sua empresa. Ainda que muito se fale sobre capital de risco, menos de 1% das startups recorre a essa estratégia. Várias empresas de pequeno porte sobrevivem com sua própria economia ou receita.
Alexander Cohen, membro do WeWork Labs na WeWork 80 M St em Washington, D.C., reuniu investimentos de amigos e familiares para sua empresa, a TwentyTables, uma startup que ajuda consumidores a encontrar refeições em restaurantes próximos por um preço fixo. Com a solução de bootstrapping, Alexander começou com cinco restaurantes cadastrados e hoje tem mais de 100, aumentando sua base de clientes em 1000%. Graças ao crescimento, a empresa ganhou o prêmio Best Bootstrap Award na competição de pitch do festival SXSW em 2019.
Alexander explica por que decidiu fazer bootstrapping: "Os investidores estratégicos são aliados poderosos e podem acelerar o crescimento escalável da empresa. No entanto, a desconexão entre os valores da startup e dos investidores, especialmente nas fases iniciais, pode arruinar a viabilidade da empresa. O bootstrapping foi a melhor maneira de garantir que a TwentyTables não tivesse esse destino fatídico".
Além disso, ele explica os benefícios: "Criar uma startup tem tudo a ver com execução; quando é a receita que mantém a empresa aberta, você acorda todos os dias motivado a oferecer o melhor serviço aos clientes. Fazer bootstrapping na TwentyTables nos ajudou a manter o foco na importância dos nossos clientes (restaurantes e consumidores), pois é nossa relação com eles que impulsiona o progresso da empresa".
Alexander também fala sobre os desafios: "Um dos principais obstáculos para criar uma startup é a limitação dos recursos disponíveis. Ao mesmo tempo, essa limitação obriga você a manter o foco nos clientes".
A estratégia do dinheiro: crowdfunding
Kickstarter, Indiegogo e Republic são apenas alguns caminhos pelos quais você pode transformar pequenas doações ou investimentos em grandes somas de dinheiro. Obviamente, você deve escolher a plataforma que melhor se alinhe aos seus objetivos. Por exemplo, algumas plataformas de crowdfunding só liberam o dinheiro arrecadado se você atingir sua meta. Faltou dinheiro? Você pode sair de mãos vazias. Entender as condições, taxas e diferenças entre as empresas de crowdfunding é fundamental para a escolha da melhor opção.
Quando teve a ideia de abrir a Lilu, empresa de sutiãs especiais com bombeamento para amamentação, Adriana Vazquez, membro do Labs na WeWork 81 Prospect St, no Brooklyn, sabia que poderia contar com uma comunidade pronta para apoiar sua iniciativa. Sua campanha no Kickstarter comprovou esse apoio: Adriana superou a meta e levantou $ 33.377 em dinheiro para fabricar seu primeiro lote de sutiãs.
Adriana explica por que escolheu o crowdfunding: "Desde o primeiro dia, conseguimos nos conectar com mulheres que compartilham com entusiasmo suas experiências atuais ou passadas em amamentação e bombeamento. Antes de abrirmos a Lilu, enviamos uma pesquisa para várias mães com algumas perguntas sobre equipamentos e produtos de bombeamento. Na manhã seguinte, tivemos mais de 500 respostas de mulheres com um problema em comum: a insatisfação com os métodos atuais de bombeamento. Então, percebemos que valeria a pena investir tempo e esforço para criar uma experiência melhor a essas mães. A campanha de crowdfunding foi a melhor opção, porque sabíamos que havia uma comunidade forte de pessoas que buscavam uma nova solução para esse problema".
Adriana fala sobre os benefícios: "Nossa campanha nos fez ganhar visibilidade no mundo todo. Foi muito gratificante saber que pais e mães em lugares como Austrália, Hong Kong, Reino Unido e outras partes do mundo já estavam empolgados para receber nosso produto. Esse contato foi um incentivo e tanto para seguir adiante; saber que as pessoas querem nosso produto faz toda a diferença".
Adriana também fala sobre os desafios: "Vendemos um produto de uso imediato e os clientes não podem esperar meses (ou anos!) para recebê-lo. Planejar o momento certo da campanha e do nosso processo de desenvolvimento foi muito importante. Então, nos programamos de forma que os apoiadores não tivessem que esperar muito depois de termos alcançado a meta. Além disso, como várias pessoas já tinham experiências negativas em outras campanhas da plataforma, conquistar a confiança dessas pessoas foi desafiador".
A estratégia do dinheiro: capital de investimento
Ao optar pelo capital de investimento, você concede parte do patrimônio da sua empresa a investidores em troca de apoio financeiro para ajudar você a crescer em escala. Em geral, essas quantias vêm de duas fontes principais: acionistas que investem o próprio dinheiro e investidores de risco, que investem em nome de seus clientes (escritórios de família, doações e pensões). Como tendem a investir mais, geralmente os investidores de risco procuram obter retornos de pelo menos 10x sobre seus investimentos e buscam empresas com potencial de crescimento rápido.
Eiko Nakazawa, membro do Labs na WeWork 175 Varick St, em Nova York, arrecadou capital de cinco acionistas (antes mesmo de ter o produto) para financiar a criação da Dearest.io, uma startup que trata de problemas relacionados à qualidade e flexibilidade da educação infantil por meio de programas em residências e comunidades.
Eiko explica por que escolheu o capital de investimento: "Decidimos trabalhar com acionistas que apoiam a missão da empresa e que têm experiência com startups".
Para ela, estes são alguns dos benefícios: "Até o momento, nossos acionistas são os parceiros que mais acreditam em nós. Desde recomendações da empresa a orientações valiosas, eles têm sido incrivelmente generosos. Mesmo nos meses com baixo desempenho, somos incentivados por eles. Esse incentivo nos dá força para seguir em frente".
Eiko também fala sobre os desafios: "Agora, estamos na próxima rodada de financiamento. A educação na primeira infância não é uma área atraente ou palatável para muitos investidores, então procuro ressaltar nossos valores e as comprovações quantificáveis para lidar com as dores específicas do setor. Recomendo que você busque investidores que entendam os problemas que sua empresa resolverá e que acreditem no seu potencial".