Primeiro, porque contribuem para um mundo mais equitativo e com melhores oportunidades. Segundo, pois contam com um ambiente mais produtivo e criativo.
Segundo uma pesquisa realizada pela McKinsey & Company, tais empresas chegam a entregar resultados 25% melhores. E o tema tem sido tão recorrente que ganhou impulso em mais de 70% das organizações, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Harvard.
A seguir, contamos como algumas marcas têm mudado sua cultura e mindset para investir em diversidade nas empresas.
1. Accenture
A Accenture é conhecida como uma das empresas mais inclusivas. As práticas dos gestores têm foco na construção de uma cultura de igualdade que permite o desenvolvimento equitativo de todos. Algumas das práticas adotadas são:
- criação de um conselho de administração diverso quanto à representação geográfica e de gênero;
- investimento em igualdade no ambiente profissional com o programa global Pride Ally, que tem o objetivo de alcançar uma força de trabalho equilibrada em relação a gênero até 2025;
- desenvolvimento de talentos para promover um ambiente equitativo, com oportunidades equiparadas.
A Accenture também investe no desenvolvimento profissional a partir de uma aprendizagem contínua. Isso faz com que os colaboradores se mantenham relevantes em áreas como inteligência artificial, robótica e cloud.
2. Rock Content
A Rock Content também investe em diversidade e inclusão, palavras que apresentam significados diferentes, mas se complementam. Edu Abreu, hoje Head de Diversidade e Inclusão na Quinto Andar, que também atuou enquanto Supervisor de Cultura, Diversidade e Inclusão na Rock Content, ajuda a entender isso melhor.
Ele conta que, quando se foca em ter números, em contabilizar, para buscar um equilíbrio, como no caso de pessoas brancas e negras, homens e mulheres, fala-se em diversidade. “A inclusão é contar com as pessoas. É promover uma sensação de segurança para que elas possam, de fato, contribuir no ambiente, expressar ideias e colocar em prática o máximo do potencial”.
Na Rock, esse trabalho foca em quatro pilares. Cada um deles tem grupos de afinidade, que são espaços seguros, nos quais só faz parte quem realmente pertence a eles:
- gênero;
- raças e etnias;
- sexualidade;
- pessoas com deficiência.
Periodicamente, há reuniões e talks com o objetivo de discutir questões e levantar demandas. Por exemplo, algumas das mudanças implementadas incluíram adaptações no espaço físico, como a alteração da altura da pia utilizada pelos colaboradores.
Edu Abreu também pontua a abertura que existe dentro da empresa na discussão de temas relacionados: “Existe uma visão empática e solidária, que contribui com o clima organizacional. A abertura para discutir esse assunto vai desde a base até a diretoria. O CEO, por exemplo, se usa um termo inapropriado, faz questão de se retratar publicamente com todos”.
3. Salesforce
A Salesforce aplica no dia a dia o conceito Ohana — que significa família — na empresa. O sistema de apoio se estende a funcionários, clientes, parceiros e comunidades. O valor também é incorporado nos grupos Equality, que são liderados e organizados pelos trabalhadores e têm a missão de trazer igualdade. Alguns deles são:
- Abilityforce: une pessoas com deficiências. Há um trabalho para garantir ambientes físicos e tecnológicos mais acessíveis;
- Boldforce: o foco é fortalecer a comunidade de afrodescendentes da Salesforce. Os funcionários têm espaço de fala e podem desenvolver suas carreiras;
- Genforce: a comunidade representa todas as gerações de força de trabalho e combate a discriminação etária;
- Rede de mulheres: o grupo se dedica a construir mais igualdade de gênero no ambiente de trabalho;
- Windforce: uma comunidade que representa a diversidade indígena. O programa se dedica à educação, ao engajamento e ao compartilhamento de conhecimentos, com o objetivo de respeitar os povos indígenas e suas culturas.
4. Uber
Compenetrada em propiciar um ambiente altamente inclusivo, a Uber também está na lista das empresas que investem em diversidade. Algumas das ações de incentivo incluem:
- programa “sem compromisso, sem carona”: um dos valores e diretrizes da comunidade é proibir comportamentos racistas. Todos que utilizam a plataforma precisam se comprometer quanto a isso;
- design de produto inclusivo: com a criação de um novo produto de inclusão e acessibilidade, a plataforma poderá atender mais clientes futuramente;
- equidade salarial: pesquisas são realizadas constantemente para o alcance de igualdade na remuneração;
- representatividade na liderança: o objetivo é dobrar a representação negra nos cargos mais altos até 2025;
- treinamento em gestão intercultural: a administração inclusiva é importante, por isso, serão oferecidos treinamentos a gerentes.
5. Nubank
Em novembro de 2020, a Nubank divulgou estar investindo R$20 milhões para ampliar a diversidade. Uma das ações envolve a revisão nas práticas de recrutamento, seleção e avaliação de performance.
A ideia é diminuir vieses e barreiras que dificultam a entrada de pessoas negras. Também está entre os planos um programa de treinamento em diversidade e inclusão, além de mentoria focada em desenvolvimento.
Outra ideia a ser colocada em prática pela Nubank é um mapeamento de profissionais executivos, negros e negras, a fim de atrair talentos para as posições de liderança.
6. Quinto Andar
Diversidade nas empresas é um assunto em pauta para a Quinto Andar, cujos princípios se baseiam em promover ações alinhadas desde o processo seletivo. A ideia é aumentar a quantidade de pessoas negras dentro da startup, oferecendo, ainda, acolhimento e formação após a seleção.
Segundo o último levantamento, em novembro de 2020, a quantidade de profissionais negros já tinha crescido em 12%. Mas a intenção é fazer esse número aumentar. Para isso, em janeiro de 2021, a empresa abriu um programa com foco em capacitação. O curso de formação em Tecnologia foi exclusivo e gratuito a pessoas negras e, no fim, permitiu que os alunos participassem de um processo seletivo para um dos cargos da companhia.
Investir em diversidade nas empresas, com a construção de um ambiente plural e ações de inclusão, é uma forma de alcançarmos a equidade. No fim, todos têm a ganhar: os grupos minoritários contam com mais chances de alcançar equilíbrio e justiça nas oportunidades. Os demais podem sair da bolha e aprender a partir de uma perspectiva diferente. E as empresas, por sua vez, obtêm mais experiência e um clima propício ao crescimento.